Vamos começar definindo o significado de fine art. Isso vai nos ajudar a entender o porque do termo”impressão fine art”.

Fine art significa “belas artes”. O conceito de “belas-artes” surgiu no século XVIII associado à ideia de que um certo conjunto de suportes e manifestações artísticas é superior aos demais. Classificavam as artes em belas artes e artes aplicadas. As belas artes, possuiam a diginidade da nobreza e eram a pintura, escultura, desenho e arquitetura. Eram dignas de serem admiradas e preservadas.

Este conceito de uma obra digina de ser preservada e admirada, é o que tras o termo fine art ou belas artes para o tipo de impressão a que nos referimos.

Porquê?

Porque é uma impressão feita com recursos técnicos e materiais que permitem a ela  ser fiel ao original e também possui a longevidade que permite que seja preservada por gerações, assim como as obras de arte consideradas belas artes foram preservadas.

Portanto dois pontos principais para que uma impressão seja considerada fine art. Primeiro, estéticamente ela é bela e reproduz com precisão a intensão do artista ou fotógrafo. Segundo, é feita com materiais que conferem longevidade a elas. 

Isto se baseia no objetivo principal de quando esta técnica foi criada. O objetivo era que pudesse ser longeva a ponto de um museu considerar a aquisição de uma impressão para o seu acervo. Nenhum museu compraria uma impressão que se degradaria em alguns anos. No príncipio foi batizada de giclée, palavra francesa que significa esguicho ou jato pois, desde o princípio foram utilizadas impressoras jato de tinta. Os materiais foram sendo aperfeiçoados e desenvolvidos em cima do que os artistas ja utilizavam. As tintas de pigmento mineral e os papeis de fibras de algodão, mostraram serem os melhores para atingir os dois objetivos, fidelidade/beleza e longevidade.

Três fabricantes dedicaram-se a desenvolver tintas para este processo de impressão, HP, Canon e Epson.

A Hahnmemühle desenvolveu o primeiro papel de algodão para este processo O Photo Rag 308, a partir do qual toda uma linha com diferentes acabamentos na superfície foi desenvolvido. Vale mencionar que a base para todos os papeis para impressão digital fine art, utilizavam como ponto de partida, os ja tradicionais papéis de belas artes por ela fabricados desde 1584. Mas isso será assunto para um outro post.

Hoje impressão fine art é um termo muito utilizado para descrever a impressão de pigmento mineral, sobre “qualquer” tipo de papel. Quando digo qualquer tipo de papel, digo papeis de celulose, alfacelulose, mistos e fibras de algodão. Quando a tinta é a mesma, ou seja, pigmento mineral, teremos a princípio um resultado muito parecido na resolução e nas cores, porém muito diferente na longevidade.

Porque?

Papeis de celulose, geralmente possuem lignina e alvejantes. Dois elementos que amarelam o papel em poucos anos e não são indicados quando se espera pelo menos 10 anos de longevidade. Os papeis de alfacelulose, são geralmente papeis onde a lignina foi removida e nenhum ou pouco alvejante foi utilizado. Podem ser considerados fine art quando atendem certas especificações (ISO 9706:1994  Requirements for permanence) Os papeis de algodão e alguns mistos de algodão e outras fibras, geralmente possuem um cuidado maior na produção, sendo geralmente de Ph neutro e livres de alvejantes além de atenderem a ISO 9706. Isso será alvo de um outro post.

Sabendo destas características, você pode adquirir uma impressão feita pelo processo de impressão fine art num papel não próprio para longevidade acima de 10 ou 20 anos e estar de acordo com isso. O importante é saber e estar informado disso.